domingo, 19 de agosto de 2012

Fode-se



Certo dia ele se perguntou por que tanta mesquinhêz, mas quando ousou disparar uma resposta notou que assemelhava-se a um sovina pobre. A cerveja estava por acabar e a erva já tinha sido consumida no dia anterior, sob a intercessão de um antigo colega de trabalho. A vida era o que era e, naquele momento, só o destino com novidades, pra ele quase sempre imediatas, poderia satisfazê-lo. Mas isso não ocorreu, pelo menos ainda. Tirando a terceira ideia que lhe tomara o juízo: escrever. De repente descobrira e aperfeiçoara um pouco mais o que sempre soubera: a vida é justa.

Finalmente enxergara que ela dava o que a ela pedissem. E a regra tornara-se universal. E a justiça afinava-se.

No fundo, aquele pedido não era o que ele precisava. O convite recusado era para ter sido recusado, jogado no lixo. Como fora. Aquele convite havia chegado num momento errado, julgou precipitado; e aquele beijo dado, comemorou por não ter acontecido. A vida é uma eterna espera pelo destino e quem espera tem duas opções: aguentar firme ou despencar. Se é vivo em carne, despencar é o destino, mais cedo ou mais tarde.

Que ironia. Neste mundo, insignificantes destroem insignificantes numa tentativa imbecil e miserável de tentarem manter-se de pé por algumas horas a mais, sob as custas de bondosos, de menos favorecidos, de imbecis ou até mesmo sob o amparo de assassinos, inclusive os em potencial.

Neste mundo, os aproveitadores também vão cair mais cedo ou mais tarde. Pobrezinhos.

Disso ele sabia e daria seu último gole, antes de também cair, àquele que planejou e cumpriu uma jornada exatamente da maneira que planejou.

E porque até hoje não cansa de pensar, modifica as coisas ao seu redor.

De repente acordara e vira que não tinha ninguém ao seu lado. Uns estavam viajando. Outros afastados pela sua arrogância. Outros afastados pela arrogância. Outros distantes pela falta de interesse. Outros, pela falta do que subtrair. Outros por serem amigos.

Desejou que permanecessem afastados, pois evitariam-lhe o trabalho de ter ele mesmo que lhes afastar sob a ira de sua grosseria a qual nem ele, mesmo em seus 64 anos de idade, aprendera a dominar, devido a tamanha capacidade de mutação.

Por falar nisso, por que não te fodes? Falta-te instrumento, ordem ou coragem?

quarta-feira, 8 de agosto de 2012

A capa sobre o teto

Quantas vezes forem necessárias irei reafirmar o que dissera. Quantas vezes foram necessárias irei corrigir o que dissera. Porque não há verdade absoluta, não existe padrões fixados em forma de lei, se nos referimos ao viver. Porque somos seres humanos, pensantes, portanto atuantes. E quem atua procura fazer de sua melhor forma. Assim eu faço quando eu quero.

Pergunto a mim e a quem souber responder qual o objetivo das pessoas que mantém capa transparente sobre o teto de vidro de suas próprias vidas. Hipócritas, cheios de falácias. Ignorantes que escurecem corações a cada maledicência proferida. Falta de amigos? Talvez de mais emoção na vida. Desilusão? Não. Comodismo. Falta de amor.

Companheirismo, solidariedade... Humanidade, humildade.


Penso que enquanto não desenraizarmos os preconceitos que nos sugam a vitalidade, jamais seremos dignos de andar de cabeça erguida, como muitos o fazem e, achando pouco, ainda proferem mentiras da mais baixa estirpe: "eu sou um homem com agá maiúsculo".

A inteligência talvez seja o dom que mais precise ser gerenciado, pois se vou em busca de mais conhecimentos, mais dúvidas me chegam; mais ignorante se torna quem está ao meu redor; soberbo poderei me tornar; louco poderei me tornar. É perigoso, uma faca de dois gumes. 

Diverti-me quando ouvi num programa de humor: "ser inteligente dói, me deixem ser burra". Muito eu ri.

Se sois burra ou burro, não sei. Mas pelo menos tenha o mínimo de noção e aprenda a identificar aquilo que é bom pra você e, principalmente, para aqueles que você quer bem. 

"Eu prefiro ser essa metamorfose ambulante do que ter aquela velha opinião formada sobre tudo. Sobre o que é o amor. Sobre o quê? Eu nem sei quem sou.